sábado, 27 de novembro de 2010


Aderente à Internacional Revolucionária da Juventude • Edição 52 Novembro de 2011

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Tem início a Conferência
Mundial Aberta


Teve início neste sábado a Conferencia Mundial Aberta contra a Guerra e a Exploração (CMA), que vai até o dia 29 de novembro em Argel, na Argélia.

Convocada pelo Acordo Internacional dos Trabalhadores e Povos (AcIT) e organizada pelo Partido dos Trabalhadores (PT) da Argélia e pela UGTA (Central Sindical Argelina), desde de já a realização da CMA é uma vitória da luta independente dos trabalhadores e da juventude, com a presença de cerca de 300 delegados de 60 países. Delegados que representam uma ampla diversidade de correntes, sindicatos e organizações politicas do movimento operário em todo o mundo.

Leia matéria enviada pelo delegado da JR-IRJ, diretamente da Argélia









Contribuição ao Encontro de
Grêmios da UBES
Vai acontecer no Rio de Janeiro, do dia 15 ao dia 18 de janeiro de 2011, o encontro nacional de grêmios da União Brasilieira de Estudantes Secundaristas. A entidade coloca como objetivo levar 1500 grêmios do país inteiro, 2000 estudantes ao todo (mais estudantes que em seu último congresso).

É um espaço deformado, não-deliberativo, o que significa que as entidades que vão participar do encontro não vão decidir nada pela nossa entidade. A tese "UBES é pra lutar!", apoiada pela Juventude Revolução-IRJ, coloca a necessidade de chamar uma plenária final, onde iremos decidir a próxima jornada de lutas da nossa entidade e uma pauta de reivindicações para entregar a Dilma.

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JUVENTUDE REVOLUÇÃO - IRJ
www.juventuderevolucao.org

sexta-feira, 26 de novembro de 2010




PRÊMIO IBAC 2010

IBAC – Instituto Brasileiro Arte & Cultura, que todo ano homenageia alguma personalidade da área que infelizmente este, em particular, teve como personagem um de seus patronos, Ismael Guiser, assim como , um documentário especial sobre outro que faleceu recentemente, Johnny Alf, idealizado e criado por Renato de Sá, é um instituto que busca a socialização da arte, onde melhor que qualquer comentário sobre o instituto, transcrevo sua “Home Page” que diz “Aqui encontra-se todo o acervo do IBAC, disponibilizado para consulta pública. Nossa proposta é, muito além de possuir a obra, informar ao público como obter acesso à mesma. Assim, mantemos parcerias com entidades e particulares, que possuem acervos similares ao nosso e também os direcionam à consulta pública. Ao final de cada busca, observe o item localização, para saber como chegar até a obra. Em caso de acervos particulares, consulte o IBAC através do correio da página eletrônica, lá obtêm-se informações básicas sobre cada obra. A consulta na íntegra é feita em nossa sede, não permitindo-se nenhum tipo de cópia, em respeito à legislação de direitos autorais. Caso você não encontre aqui o que deseja, entre em contato conosco. Nosso acervo físico é bem maior do que o encontrado na página eletrônica. A demanda no recebimento das obras é sempre maior do que a possibilidade de informatização das mesmas.”*. Não obstante, existe um conselho de notáveis formado pelo arquiteto Ciro Pirondi, pelo artista plástico Elifas Andreato, por Celso Sabadin, publicitário e jornalista, pelo sociólogo e, atualmente, comentarista esportivo Juca Kfouri, pela cantora, apresentadora e folclorista Inezita Barroso, pelo coreógrafo Ismael Guiser, em memória, pelo futebol, a presença de René Santana, pela área de literatura, nada mais ou nada menos que Ariano Suassuna, na área de memória o político e jornalista Aldo Rebelo, música, em memória, Johnny Alf, e, finalmente, na área de artes cênicas, Milton Gonçalves.

Premio concedido anualmente às personalidades e/ou entidades da sociedade civil que se destacam nas áreas de cinema, música, dança e arquitetura, com convites personalizados, onde um público seleto - de aproximadamente 150 pessoas - é convidado para participar desse evento.

Com pequenas inserções artísticas no início, durante a premiação e no término do evento cultural, no caso abrindo o espetáculo os intérpretes da M.P.B. Caio Cury (bandolim) e  Felipe Pizzutiello (violão), iniciando sua apresentação com uma linda versão do Hino Nacional Brasileiro. A segunda e a terceira inserção couberam aos bailarinos Thais Diniz e Júlio Cesar, coreografados por Gisele Bellot. Entre as duas intervenções houve a apresentação do curta metragem “A Árvore do Dinheiro” baseado em literatura de cordel e vencedor de prêmio internacional! Encerrou-se com uma apresentação musical de excelente qualidade com o Grupo de Choro do Conservatório de Tatuí, onde além de apresentarem-se com choros lindíssimos da época imperial, fizeram-se acompanhar através de uma “comitiva” desde o teatro “Alliance Française” até o local do coquetel “Escola da Cidade”.

Em discurso, abriu o espetáculo, o presidente da Alliance Française, como mestre de cerimônia, houve a apresentação de Milton Gonçalves e Mariana Trama e encerrando o espetáculo, o presidente e idealizador da IBAC, meu grande companheiro de muitas lutas e jornadas, Renato de Sá.

Os Prêmios:

“- maestro Júlio Medaglia (patrono do IBAC na área de música), anunciou e entregou o troféu para Cinema, Vencedor: Revista Eletrônica Zingu!
  Homenageados: Coleção Aplauso, da Imprensa Oficial do Estado, (representada por Rubens Ewald Filho) e Coletivo Alumbramento (representado por Rúbia Mércia)

- Dr. Sócrates, ex-jogador, médico e atual comentarista esportivo, anunciou e entregou o troféu para Música. Vencedor: Fernando Faro (representado por Fernanda Faro, sua filha)
Homenageados: Antonio Nóbrega (representado por Silas Redondo, seu produtor) e Mário Luiz Thompsom

- Décio Pignatari, arquiteto e poeta, anunciou e entregou o troféu para Arquitetura. Vencedor: Maria Elisa Costa
Homenageados: Glauco Campello, Eduardo de Almeida e Rodrigo Mindlin Loeb

- Maestro Edmundo Villani-Côrtes, músico e arranjador, anunciou e entregou o troféu para Dança. Vencedor: Luis Arrieta
Homenageados: Ivan Grandi, Iracity Cardoso e Inês Bogéa

No final foi feita uma homenagem ao maior colecionador de obras de violão mundial (discos, vídeos, partituras) Ronoel Simões e ao grande Johnny Alf (foi nosso patro na área de música antes de Júlio Medaglia), o pai da bossa-nova, chamado pelo Tom Jobim de "Genialf"!”*
  
* Texto dos promotores do evento

O Povo Carioca Não Merece Isso!

Não obstante, o crime organizado que mais uma vez desafia as instituições de Estado e ataca ferozmente a população carioca e não apenas as forças repressoras estatais, observo através da imprensa e começo a refletir sobre as causas e não sobre as conseqüências desses fatos.

Com efeito, a solução não é colocar caveirões, marinha, exército pois, não tenho nenhuma dúvida, violência, só gerará mais violência ainda! Se não, é só observarmos o que ocorre hoje no Haiti onde sua população pobre é alvejada com tiros na cabeça pelas forças repressoras da ONU comandada pelos generais brasileiros.

Em todos os debates que tenho visto, todos se preocupam, na verdade, com sua própria segurança. Desconhecem a vida do pobre brasileiro, desconhecem seus problemas e, o que é pior, as possíveis soluções para toda essa conjuntura.

Comecemos a analisá-la. Um jovem é bombardeado em menos de dois minutos, pelas peças publicitárias televisivas, em adquirir uma enorme gama de produtos que vão desde um tênis onde um atleta entrega-lhe em seu apartamento até uma cerveja com uma moça – em princípio, de beleza “ariana” – acompanha-o e com um pouco de sorte beijar-lhe-á! Se pusermos isso no lápis, esses dois minutos não saem por menos de mil reais, podendo chegar a cem mil fácil, fácil. Não é difícil aparecer uma propaganda de um carro que o coloca “acima” dos demais! É muito consumo para pouca grana! Se pensarmos que o DIEESE defende um salário mínimo real em torno de dois mil reais e que as centrais lutam bravamente para “tentar” conseguir quinhentos e oitenta reais e, me parece, não irão conseguir mais que quinhentos e quarenta reais, essas peças publicitárias chegam e me causar náuseas. E como esse jovem pode conseguir um emprego honesto para poder adquirir todos esses bens? Trabalhando é muito difícil, mesmo porque o chamado “mercado de trabalho” não suportaria ao menos no modelo de produção capitalista, que todos tivessem a menor possibilidade de adquirir todos esses bens e, mesmo porque, o parque industrial mundial não suporta atender o consumo do conjunto da população mundial, afinal, não é por acaso que a fome na África, a miséria em parte do Oriente Médio, o cólera e a forma como vivem os haitianos hoje, é tido e achado como tudo muito normal!

Com esses dados se conclui que a culpa dessa situação não é do morador das favelas (comunidades, para ser politicamente correto), em mesmo dos crápulas do tráfico, que acabam sendo não só os algozes da população, mas vítimas de si próprios não só no que se refere a curta vida em que levam por conta da disputa por pontos de drogas, mortes em confrontos policiais, mas também pelo uso indiscriminado do produto que vendem e acabam sucumbidos devido as dívidas deixada com as “altas patentes” do narcotráfico. Posso concluir que o verdadeiro responsável por essa situação, sem medo de errar é, sim, o sistema capitalista que consegue gerar todo esse tipo de expectativa em parte dessa população que não tem e nem nunca terá nesse sistema de produção, o direito a todos esses bens. Não é por acaso que em 1936, Leon Trotsky escreveu “Socialismo ou Barbárie” em que atribuía a injusta distribuição de riqueza desse modo de produção, a todas as conseqüências nefastas que seriam arcadas pela população mundial e advogava que só a mudança para a socialização desse modo de produção poderia resolver todo esse caos a que vemos assistindo “via telinha” e que os especialistas, nem de longe, atacam o âmago desse problema.

sexta-feira, 12 de novembro de 2010


Aderente à Internacional Revolucionária da Juventude • Edição EXTRANovembro de 2010
Dilma, do PT, foi eleita. Agora é hora do compromisso com as reivindicações!
  
Na noite do domingo, 31 de outubro, quando foi declarada a vitória de Dilma, a juventude respirou aliviada pela derrota do candidato do PSDB. Afinal, foi uma vitória dos jovens e trabalhadores, que foram às ruas fazer campanha, levantando as suas bandeiras, suas aspirações, e que votaram para abrir o caminho para ver suas reivindicações atendidas.
 
 
Comemoração da vitória de Dilma em São Paulo

Durante as eleições, a Juventude Revolução esteve junto com outros jovens na campanha do PT, em cuja candidatura os trabalhadores e a juventude se agarraram para derrotar Serra. Neste movimento, coletamos 2400 assinaturas em todo o Brasil numa carta a Dilma, pedindo o seu compromisso com o combate às drogas que se alastram, alienando e matando a juventude.

Para isso, é preciso ter ações concretas que garantam aos jovens emprego, educação, saúde, diversão e arte. Portanto, reivindicamos o aumento dos postos de trabalho para os jovens (com a redução da jornada de trabalho para 40h, por exemplo), mais verbas para educação, melhoria das escolas e 600 milhões para assistência estudantil nas universidades, a construção de centros culturais públicos, o monopólio do Petróleo com a Petrobrás 100% estatal. Dilma recebeu o documento e se disse disposta a discutir. Nós vamos cobrar, estas e outras medidas!
Dilma recebe carta com reivinidicações da juventude 
São questões urgentes, e que exigem que Dilma rompa com aquilo que é ditado pelas multinacionais, pelo Fundo Monetário Internacional, pelo governo norteamericano. Afinal, esta vitória demonstra a vontade do povo brasileiro de enterrar a política desenvolvida pela elite do país, pelos privatistas, banqueiros, latifundiários. Aqueles que claramente preferiam a vitória de Serra e do PSDB/DEM.
Serra falava em “União Social”, em todos se unirem para "salvar o país". Mas na verdade, trata-se de fazer com que os trabalhadores e a juventude permitam os ataques que tentam retirar direitos e cortar as verbas dos serviços públicos (Educação, Saúde etc.). É o que querem que Dilma faça agora, com a pressão inclusive de “aliados” (como o PMDB). Mas derrotamos esta política nas urnas e, organizados, vamos resistir!

Nem Serra, nem Marina... e nem voto nulo!
Marina, do PV, também fez o discurso da “união nacional”. Enquanto falava em “ética”, era a primeira a propor o corte de gastos sociais, com redução de salários nos serviços públicos. Apesar de ter atraído muitos jovens com a bandeira de defesa ambiental, era financiada por empresas que reconhecidamente agridem o meio ambiente. É muita cara de pau!

A vitória do PT, apesar de todos os ataques, mostra que o povo conhece bem a diferença entre Serra e Dilma, e por isso recusou a falsa saída do voto nulo apresentada por setores esquerdistas. Ainda assim, Plínio (candidato do PSOL) faz a absurda afirmação de que, para a esquerda, era melhor o governo de “repressão” de Serra do que Dilma!

Que fique claro: foram os trabalhadores e a juventude que conquistaram essa vitória e não as alianças com partidos da oligarquia como o PMDB, os mesmos que são os primeiros que querem bloquear o atendimento das reivindicações.

E o caminho agora é construir a unidade da juventude e dos trabalhadores para cobrar o atendimento das reivindicações, como por exemplo, a retirada das tropas do Haiti e a apuração do assassinato de um professor haitiano que manifestava pelo fim da ocupação militar (ver matéria pag.2). É isso o que a JR-IRJ  defenderá em todos os lugares, como na UNE e na UBES, em que defenderemos junto aos estudantes que as entidades organizem unitariamente uma marcha a Brasília para colocar na mesa de Dilma suas reivindicações (ver matérias pag. 2.).

Junte-se a nós nessa luta
A JR-IRJ está ao lado dos jovens que rejeitaram Serra e enxergaram em Dilma o melhor caminho para o atendimento de suas reivindicações. Compreendemos que a juventude precisa de uma organização autônoma de jovens, solidária às bandeiras que estiveram na fundação do PT, da CUT e da reconstituição da UNE e da UBES. Através da livre discussão e com nossa independência financeira e política, podemos achar as respostas para combater para que nos próximos 4 anos de governo do PT os nossos direitos sejam atendidos e garantidos.

Organize-se conosco! Filie-se na Juventude Revolução!



quinta-feira, 4 de novembro de 2010

 
Economia| 13/10/2009 | Copyleft
Trabalho morto: Marx e Lênin mereceriam Nobel de Economia
Marx previu a miséria crescente dos trabalhadores e Lênin previu a subordinação da produção de bens à acumulação de lucros do capital financeiro com a compra e venda de instrumentos de papel. As suas previsões são de longe superiores aos "modelos de risco" aos quais tem sido atribuído o Prêmio Nobel e estão mais próximos da moeda do que as previsões do presidente do Federal Reserve, de secretários do Tesouro dos EUA e de economistas nobelizados tais como Paul Krugman, o qual acredita que mais crédito e mais dívida são a solução para a crise econômica. A análise é de Paul Craig Roberts.
"O capital é trabalho morto, o qual, como um vampiro, vive apenas para sugar o trabalho vivo, e quanto mais sobreviver, mais trabalho sugará". (Karl Marx)

Se Karl Marx e V. I. Lênin hoje estivessem vivos, seriam os principais candidatos ao Prêmio Nobel de Ciência Econômica.

Marx previu a miséria crescente dos trabalhadores e Lênin previu a subordinação da produção de bens à acumulação de lucros do capital financeiro com a compra e venda de instrumentos de papel. As suas previsões são de longe superiores aos "modelos de risco" aos quais tem sido atribuído o Prêmio Nobel e estão mais próximos da moeda do que as previsões do presidente do Federal Reserve, de secretários do Tesouro dos EUA e de economistas nobelizados tais como Paul Krugman, o qual acredita que mais crédito e mais dívida são a solução para a crise econômica.

Na primeira década do século XXI não houve qualquer aumento no rendimento real dos trabalhadores americanos. Houve sim um declínio agudo na sua riqueza. No século XXI os americanos sofreram dois grandes crashes no mercado de acções e a destruição da sua riqueza imobiliária.

Alguns estudos concluíram que os rendimentos reais dos americanos, excepto para a oligarquia financeira dos super ricos, são menores hoje do que na década de 1980 e mesmo da de 1970. Não examinei estes estudos de rendimento familiar para determinar se eles foram enviesados pelo aumento nos divórcios e pela percentagem de famílias monoparentais. Contudo, durante a última década é claro que o salário líquido real declinou.

A causa principal deste declínio é a deslocalização (offshoring) de empregos americanos de alto valor acrescentado. Tanto empregos na manufatura como em serviços profissionais, tais como engenharia de software e trabalho com tecnologia de informação, foram relocalizados em países com forças de trabalho grandes e baratas.

A aniquilação de empregos classe média foi disfarçada pelo crescimento na dívida do consumidor. Quando os rendimentos dos norteamericanos cessaram de crescer, a dívida do consumidor expandiu-se para substituir o crescimento do rendimento e manter a procura do consumir em ascensão. Ao contrário de aumentos nos rendimentos do consumidor devidos ao crescimento da produtividade, há um limite para a expansão do endividamento. Quando aquele limite é atingido, a economia cessa de crescer.

A pauperização dos trabalhadores não resultou do agravamento de crises de super-produção de bens e serviços mas sim do poder do capital financeiro para forçar a relocalização da produção para mercados internos em terras estrangeiras. As pressões da Wall Street, incluindo pressões de tomadas de controle (takeovers), forçaram firmas manufatureiras americanas a "aumentar os rendimentos dos acionistas". Isto foi feito pela substituição de trabalho americano por trabalho barato estrangeiro.

Corporações deslocalizadas ou que passam a encomendar fora a sua produção manufactureira, divorciando portanto os rendimentos dos americanos da produção dos bens que eles consomem. O passo seguinte no processo aproveitou-se da alta velocidade da Internet para mover empregos em serviços profissionais, tais como engenharia, para fora. O terceiro passo foi substituir o resto da força de trabalho interna por estrangeiros trazidos para cá a um terço do salário com o H-1B [1] , L-1 [2] e outros vistos de trabalho.

Este processo pelo qual o capital financeiro destruiu as perspectivas de emprego de norteamericanos foi endossado pelo economistas do "livre mercado", os quais receberam privilégios pela deslocalização de firmas em troca da propaganda de que os americanos beneficiar-se-ia com uma "Nova Economia" baseada em serviços financeiros, e pelos seus sócios no negócio da educação, os quais justificavam vistos de trabalho para estrangeiros com base na mentira de que a América produz poucos engenheiros e cientistas.

Nos dias de Marx, a religião era o ópio das massas. Hoje são os media. Basta ver a informação dos media que facilita a capacidade da oligarquia financeira de iludir o povo.

A oligarquia financeira está a anunciar uma recuperação enquanto o desemprego nos EUA e os arrestos de lares estão em aumento. Este anúncio deve a sua credibilidade às altas posições de onde vêem, aos problemas de informação sobre folhas de pagamento que exageram o emprego e à eliminação para dentro do buraco da memória de qualquer americano desempregado durante mais de um ano.

Em 2 de Outubro o estatístico John William do www.shadowstats.com informou que o Bureau of Labor Statistics havia anunciado uma revisão da sua estimativa preliminar do indicador anual do emprego em 2009. O BLS descobriu que o emprego em 2009 fora super-declarado em cerca de um 1 milhão de postos de trabalho. John Williams acredita que a diferença foi realmente de dois milhões de postos de trabalho. Ele informa que "o modelo nascimento-morte actualmente acrescenta [um ilusório] ganho líquido de cerca de 900 mil empregos por ano à informação sobre emprego".

O número de empregos nas folhas de pagamentos não agrícolas é sempre a manchete da informação. Contudo, Williams acredita que o inquérito às famílias de desempregados é estatisticamente mais correcto do que o inquérito às folhas de pagamento. O BLS nunca foi capaz de reconciliar a diferença nos números nos dois inquéritos ao emprego. Na sexta-feira passada, o número de empregos perdidos apresentado nas manchetes era de 263 mil para o mês de Setembro. Contudo, o número no inquérito às famílias era de 785 mil empregos perdidos no mês de Setembro.

A manchete da taxa de desemprego de 9,8% é uma medida reduzida ao essencial que em grande medida subdeclara o desemprego. As agências de informação do governo sabem disto e relatam outro número de desempregados, conhecido como U-6. Esta medida do desemprego nos EUA fixava-se nos 17% em Setembro de 2009.

Quando os trabalhadores desencorajados pelo desemprego a longo prazo são acrescentados outra vez ao total dos desempregados, a taxa de desemprego em Setembro de 2009 eleva-se a 21,4%.

O desemprego de cidadãos americanos poderia realmente ser ainda mais alto. Quando a Microsoft ou alguma outra firma substitui milhares de trabalhadores americanos por estrangeiros com vistos H-1B, a Microsoft não relata um declínio de empregados na folha de pagamento. No entanto, vários milhares de americanos ficam então sem empregos. Multiplique isto pelo número de firmas dos EUA que estão apoiar-se em companhias estrangeiras fornecedoras de mão-de-obra para tecnologia de informação ("body shops") para substituir a sua força de trabalho americana com trabalho barato estrangeiro ano após ano e o resultado são centenas de milhares de desempregados americanos não relatados.

Obviamente, com mais de um quinto da força de trabalho americana desempregada e os remanescentes enterrados em hipotecas e dívidas de cartões de crédito, a recuperação económica não está no quadro.

O que está acontecendo é que as centenas de milhares de milhões de dólares de dinheiro do TARP dado aos grandes bancos e os milhões de milhões (trillions) de dólares que foram acrescentados ao balanço da Reserva Federal foram despejados no mercado de acções, produzindo uma outra bolha, e na aquisição de bancos mais pequenos por bancos "demasiado grandes para falir". O resultado é mais concentração financeira.

A expansão da dívida subjacente a esta bolha corroeu novamente a credibilidade do dólar como divisa de reserva. Quando o dólar começar a ir, tomadores de decisão em pânico elevarão as taxas de juros a fim de proteger a capacidade de contração de empréstimos do Tesouro. Quando as taxas de juros ascendem, o que resta da economia dos EUA afundará.

Se o governo não pode contrair empréstimos, ele imprimirá dinheiro para pagar as suas contas. A hiper-inflação atingirá a população norteamericana. O desemprego maciço e a inflação maciça infligirão ao povo norteamericano uma miséria que nem mesmo Marx e Lênin poderiam conceber.

Enquanto isso, economistas da América continuam fingindo que estão lidando com uma recessão normal do pós-guerra que requer meramente uma expansão da moeda e do crédito a fim de restaurar o crescimento econômico. 07/Outubro/2009

[1] H-1B: categoria de visto para não imigrantes que permite ao patronato dos EUA procurar ajuda temporária de estrangeiros qualificados que tenham bacharelado.

[2] L-1: documento de visto para entrar nos EUA como não imigrante e válido por períodos de tempo de até três anos. São geralmente concedidos para empregados de companhias internacionais com escritórios nos EUA.

[*] Ex-secretário assistente do Tesouro na administração Reagan, co-autor de The Tyranny of Good Intentions. (PaulCraigRoberts@yahoo.com)

O original encontra-se em http://www.counterpunch.org/roberts10072009.html

Este artigo (em português) encontra-se em http://resistir.info/.