sábado, 21 de junho de 2008

IMÓVEIS ABANDONADOS: USO PRIVADO À SERVIÇO DO LUCRO OU O USO SOCIAL E COLETIVO DO POVO??

IMÓVEIS ABANDONADOS: USO PRIVADO À SERVIÇO DO LUCRO OU O USO SOCIAL E COLETIVO DO POVO??
 

Heitor Cláudio Leite e Silva--


Gostaria de dividir esse texto em duas partes bem distintas. Uma primeira, maior, onde vou tentar levantar os inúmeros problemas de moradia, de lazer e de falta de espaço para ações culturais e esportivas aqui em nossa região, conforme mostra-nos as fotos dessa reportagem.


Uma segunda, embora rápida, não menos importante do ponto de vista filosófico e ético, discutindo o direito de propriedade. Sabiam que pelo direito de propriedade pode-se matar? Que o direito de propriedade prevalece sobre o direito à vida? 

Com efeito, a causa de um erro é a conseqüência de outro pior ainda! A propriedade privada em detrimento da propriedade social! E às vezes pior ainda, a propriedade social sendo usada com objetivos privados!


É notório que todos querem ter sua casa, seus bens, seus utensílios. Isso é justo, isso é natural! Porém, o que não me parece correto é uns terem tanto e ainda usurparem o direito dos outros e pior, utilizam isso para gerar lucros e/ou especulação imobiliária como esses fotografados pela nossa reportagem, enquanto não temos quadras poliesportivas, pistas de skate, palco para apresentação de bandas e grupos teatrais locais, local para simples cursos de artes, profissionalizantes etc., outros se utilizam de espaço público para darem ‘’tirinhos’’ e poluírem nossa terra de chumbo radioativo só para satisfazerem seus instintos assassinos. E vejam, se eu for falar em déficit habitacional, aí a coisa fica feia!! 

Se não vejamos, olhem ao fundo, a imagem das casas, uma sobre as outras, construções precárias que abrigam várias famílias e dezenas de pessoas. No próprio córrego que atravessa nosso bairro, conforme mostra essa foto, tem gente, eu disse GENTE, PESSOAS, SERES HUMANOS, como nós, humanos, que moram junto com ratos baratas, e com todas as suas conseqüências no córrego !! E ninguém fica indignado com isso !! 

Não obstante, aquele ‘senhor’ proprietário da maior fábrica de tecidos do bairro, porque não disponibiliza parte de sua renda, de seus imóveis, que diga-se de passagem, nem sempre é dele e sim do município! Para diminuir o sofrimento do povo que o ajuda a ficar cada vez mais rico? Por que só pensa, sob seu manto arrogante de ‘empresário’, em contratar oficiais para segurança, como podemos observar facilmente passeando pela Av. Pery Ronchetti, isso sem falar que fica atrapalhando milhares de pessoas dentro dos coletivos, com aqueles caminhões, peruas e até carretas paradas em carga e descarga, e o que é pior! Ele fez, com sua influência, disso, uma açã
o legal! 
                                                                                                                                

Já um pobre que ocupe uma área para morar, como por exemplo esse prédio embargado
como mostra a foto. Ah! Esse apanha da polícia com certeza! E muito! E o prédio está abandonado e a obra embargada! Quantas famílias morariam nesse prédio e sairiam de situações indignas para um ser humano? Poderíamos aproveitar todos esses imóveis desocupados e abandonados para ações de organização da população! Que tal passarmos o Educafro, assim como qualquer outro evento educacional gratuito para uma desses locais? Por que não passamos o curso que os jovens fazem de artes, moda, etc., o qual, o município paga aluguel para esses espaços? Por que não uma escola de artes cênicas? 


E a questão ambiental? A dengue (agora febre-amarela), conseqüência da falta de equilíbrio em nosso eco-sistema, será que não seria possível palestras e debates sobre esses temas? Não seria mais proveitoso que tiros à esmo que não levam à nada só prá satisfazer egos e instintos assassinos? E discutir e organizar os trabalhadores que encontram-se em auxílio-doença e acidentário e que ficam a mercê do INSS, de seus peritos mal-educados e da política governamental de destruição da previdência pública no Brasil. Não poderíamos discutir isso com eles? 

Não posso deixar de lembrar, por outro lado, que alguns jovens queriam fazer ‘um som’ na Pedra Branca. Inocentes, foram pedir autorização a PM que, claro, negou-lhes esse direito. Não faltam espaços para esses jovens tocarem com suas bandas alternativas? E esses prédios abandonados!! É muita gente na rua! Aí vem algum iluminado e doa para algum fulano com a desculpa de que estão abrigando bandidos e etc.! E tudo vira desculpas para privilegiar algum amigo ou correligionário! Mas tudo isso vem acompanhado de um outro problema. Que é uma rápida reflexão par a segunda parte do tema e bem sucinta! 
-


-Se, 
ao comprarmos um veículo e descobrirmos, -ou descobrirem- que ele foi fruto de roubo, somos receptadores, não é certo? Retiram-nos o veículo ou o objeto em litígio, não é verdade? Fica, então, a pergunta. Quem pagou por todas essas terras aos índios? Quanto eles receberam por tudo isso? E essa é a segunda parte da discussão! Se não houve compra da terra e ela foi tomada a base de tiros e mortes, como reivindicar o direito delas? Se nada se pagou por elas aos verdadeiros donos, os índios. Como se pode falar em “minha propriedade”? Aliás, o que nos deixa indignados é que a maioria dos imóveis aqui mostrados são PÚBLICOS!!! Se assim o são, por que cargas d’água não são utilizados pela comunidade? E somos tão carentes de espaços para todas as atividades aqui mencionadas! -


quinta-feira, 13 de março de 2008
 
Texto: Heitor Cláudio Leite e Silva----
fotos/ Robinson Dias



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