sexta-feira, 23 de julho de 2010

VOTO PT É O ÚNICO CAMINHO

"O Maranhão não se engana,
o PT não é de Roseana!"

Editorial

REENCONTRO DO PT

O lançamento da chapa Dilma-Temer na Convenção de 13 de junho, em Brasília, foi marcado pelo panfleto da greve de fome de Manuel da Conceição – único dos históricos líderes fundadores do PT ainda vivo –, e do deputado federal Domingos Dutra, além da ex-prefeita de Imperatriz, Teresinha Fernandes. Era a expressão da resistência da maioria do PT do Maranhão ao “Acordo nacional PT/PMDB” (apoiado no 4º Congresso pelas correntes com assento na Executiva Nacional), em nome do qual agora, a maioria do Diretório Nacional – por exigência do Palácio do Planalto – impôs o apoio à reeleição da governadora Roseane Sarney (PMDB).

Após uma semana de protestos pela suspensão de intervenção na base do PT – onde o Diálogo Petista tomou parte ativa (v. pág. 5) – a cúpula do PT aceitou um “acordo”, um pequeno recuo que autoriza os petistas, inclusive candidatos a cargos parlamentares, a não fazer campanha pelo PMDB e apoiar o candidato decidido no Encontro Estadual, o deputado Dino (PCdoB).

Um golpe foi dado no PT – Dilma subirá no palanque de Roseana desmoralizando os petistas, e a prévia do PT em Minas foi atropelada em favor do PMDB, na esteira dos apoios ao PMDB no Rio, Goiás, Mato Grosso e Paraíba.
O PMDB (com 8% das intenções de voto) ainda leva o cargo de vice nacional, embora o PT (com 29% intenções de voto) só receba seu apoio em Sergipe e Brasília...

Mas como disse um líder rural no ato de protesto em São Luís (MA), no dia que se anunciou o acordo, “não é nossa vitória, libertar a nossa estrela, mas pelo menos tiraram a forca do nosso pescoço!”. De fato, as forças do PT no Estado, ameaçadas de desagregação e dispersão em outras siglas, poderão se agrupar para fazer campanha por Dilma, por Dino e pelos parlamentares do PT. O que, afinal, é parecido com a situação de muitos petistas que nos seus Estados não farão campanha por candidatos do PMDB ou assemelhados.

A verdade é que essas coligações só atrapalham a eleição de Dilma, pois esfriam e confundem a principal força da luta, que é a militância. Afinal, o que os petistas não querem é militar para manter a oligarquia no poder!

O “preço” da eleição de Dilma não pode ser amputar as bancadas do PT e reconduzir a oligarquia. Roseane, por exemplo, reinstalada no governo pelo STF há um ano e meio, já fez mais de 65 despejos de trabalhadores rurais, como denunciou o deputado estadual e assentado Valdinar Barros (PT-MA).

Entende-se, pois, que o próprio site do ministério do Planejamento divulgue (antes de ser tirado do ar) que as medidas ditas de reforma agrária não alteraram a estrutura fundiária. Em outras palavras, a oligarquia continua mandando. É assim que vamos “seguir mudando”? No ato de São Luís, um dirigente petista em prantos disse, sem perder a lucidez: “não vamos largar a bandeira, é nossa bandeira, vamos de Dilma, mas precisamos de um reencontro do PT!”. Ele tem razão, deixar de ser refém do PMDB e assumir a reforma agrária, é disso que se trata.

É o que busca a Corrente O Trabalho, é a que se dispõem os componentes do Diálogo Petista, começando desde já nesta campanha eleitoral.

(EDITORIAL DO JORNAL "O TRABALHO")

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