terça-feira, 26 de outubro de 2010

O TRABALHO
Carta da Corrente O Trabalho do PT, seção brasileira da 4ª Internacional
19 de outubro de 2010

Por Dilma, contra Serra,
pelas reivindicações

Estamos engajados no 2º turno, com a maioria dos trabalhadores, pela vitória da candidata do PT, Dilma, para derrotar Serra, o candidato preferido do imperialismo, para conquistar as bandeiras populares represadas desde 2002, como a jornada de 40 horas, a reforma agrária e a retomada do petróleo, que materializam a soberania nacional.

Esta batalha integra elementos importantes de reflexão e de experiência que fazem os militantes do PT, que todos devem ouvir. Por exemplo, na plenária de um Diretório Zonal da periferia em S. Paulo, eles desabafam:

- “Nos 8 anos do Governo Lula, os militantes não podiam criticar nada. Não pode fazer uma avaliação honesta que você é tido como inimigo do PT; até impuseram aliança com o PMDB e não pode reclamar.

- Acredito que a gente seja capaz de ganhar no 2º turno, mas tá difícil. Essa história da militância entrar na campanha prá ganhar não funciona se a direção do PT não fizer alguma coisa de cima para encurralar o Serra.

- A direção errou muito. Tinha que ter chamado os professores que são contra o PSDB para fazer a campanha com proposta, e não ficar pagando um monte de gente que não entende nada”.

ANGÚSTIA

Os trabalhadores estão angustiados. Sabem o que significa Serra e o PSDB, e querem derrotá-los. Sabem que podem vencer e esperam uma iniciativa da direção que responda aos seus anseios.

Mas a direção lhes apresentou um panfleto de “13 pontos de governo” na semana passada, que nem sequer menciona a reforma agrária, bandeira histórica do partido e necessidade crucial da nação. E por quê? Porque isso serve bem ao PMDB, o qual, depois de bombardear os projetos do pré-sal e recusar a atualização dos índices de produtividade da terra, e mesmo debandando da campanha em alguns Estados, ganha destaque no programa de TV!

FORÇA

Os trabalhadores tiveram a força de impor um acordo na greve nacional dos bancários de 15 dias - quando a Fenaban e o patronato queriam por fim aos “exageros salariais”. O povo teve a força de rechaçar Serra na igreja de Canindé, no Ceará - onde o candidato tentava manipular o povo.

E os mata-mosquitos do Rio, na rua, enfrentaram Serra que os demitiu – “nos sentimos na obrigação de denunciar porque ele diz ter sido o melhor ministro”, explicou o presidente do Sindsaude, e tem razão!

Serra ataca o PT, a CUT e o MST, e mal-camufla seu programa de corte de gastos e privatizações para responder à “recomendação” do último relatório do FMI ao Brasil, de ajuste fiscal na crise cambial desenhada. Por isso, no debate Folha/Rede TV, retomou voltou com a “união nacional”, quer dizer, o envolvimento do PT e dos sindicatos para aplicar este programa.

Na reunião da Comissão Executiva do PT onde se discutiu a situação, nesta terça, dia 19, presente, o membro do Diretório Nacional da Corrente O Trabalho, Markus Sokol, argumentou e propôs:

“Ainda é tempo, companheiros!
Mas o trabalhador não se mobiliza para comemorar o que tem, muito aquém do mínimo. Se mobiliza para conquistar, um ‘projeto de futuro’ como disseram aqui, só temos que dizer conquistar o quê. É o melhor meio de combater a abstenção que preocupa outro companheiro (feriadão etc.).

Por exemplo, a questão do Piso Salarial Nacional dos Professores: como é possível deixar que Serra minta segurando a bandeira do Piso, quando são os governadores do PSDB que comandam a ADIN que bloqueia o Piso no STF? Por que não se põe na TV a Apeoesp ou a CNTE, para explicar isso? Não pode ser por causa de ‘aliados’!” (governadores do PMDB e PSB que subscrevem a ADIN). “O mesmo vale na questão agrária: põe a Contag ou o MST. E uma sugestão: a candidata pode apresentar entre as ‘13 primeiras medidas’, um compromisso de elevação do Salário Mínino para além dos R$ 600 de Serra, a CUT explica”.

Por estas questões, como na defesa da Petrobras, como propõe a FUP, os militantes vão responder e o povo vai se mobilizar.

NOSSO COMBATE

48 milhões votaram no 1º turno na candidata do PT, Dilma, para reestatizar o que foi privatizado, revogar o entulho do FMI (Lei de Responsabilidade Fiscal, Lei das OS’s etc). Votaram para emancipar a nação da subordinação ao capital financeiro internacional, outra herança de FHC que permaneceu estes oito anos.

Os trabalhadores querem derrotar Serra e enterrar de vez a política pró-imperialista. Chegou a hora do PT se reafirmar como o partido que representa a maioria oprimida da nação!
  

Se hoje no 2º turno os petistas vêem dificuldades, nós, da Corrente O Trabalho, queremos ajudar a buscar a saída.

Nós não provocamos a situação. Nós a olhamos de frente chamando cada coisa pelo seu nome, tranquilamente, procurando ajudar a classe trabalhadora a se preparar para não ser pega desprevenida na nova situação, para ter maior clareza de consciência de classe.

No último dia 4, publicamos uma Carta de OT “Por que vamos ao 2º Turno?”, a que companheiros de várias correntes responderam “vocês tem razão”.

VAMOS JUNTOS

Convidamos agora a juntos engrossarmos a mobilização do 2º turno com nossos panfletos, de comitês de candidatos, mandatos, sindicatos e entidades, com nossas faixas e bandeiras.

A batalha pelas reivindicações é a melhor forma derrotar de Serra e organizar a luta que vai prosseguir. E não os apelos ocos da direção à militância ou discursos vazios de muitos sindicalistas.

É também a melhor forma de combater o bloco do voto nulo - de Plínio e Heloisa até o PSTU – colado em Marina (com seu vice da Natura e tesoureiro do Citibank) que “não apóia ninguém”. “Não apóia”, mas serve bem ao PSDB para confundir, como faz desde o ano passado com equivocadas simpatias.

Os militantes da Corrente O Trabalho do PT se dispõem, desse modo, no amplo terreno da luta unitária neste 2º turno, luta cujas condições construímos desde antes - desde o PED e o Congresso do PT – e nos sindicatos, bairros e escolas, através da campanha de nossos candidatos a deputados. Os resultados aparecem.

• Com toda legitimidade começamos a venda do “Calendário 2011” da campanha financeira anual que assegura nossa independência.

• Com toda desenvoltura integramos aqueles companheiros que vêem desde já na própria Corrente o quadro de organização necessário.

• Com toda amplitude apoiamos as adesões ao Encontro Nacional de Diálogo Petista de Março - Estados como Santa Catarina e Brasília já marcaram Reuniões Estaduais preparatórias este ano - prosseguindo na reflexão do desafio de um reagrupamento petista para luta de classe.

JUNTE-SE A NÓS NESTE COMBATE!

DILMA, RETIRE AS TROPAS DO HAITI!

No dia 15, quando a ONU decidia renovar mais um ano o mandato da Minustah, um ato 200 militantes do movimento negro, sindicalistas e parlamentares na Assembléia Legislativa de SP, adotou uma carta à candidata com esse teor.

Se lançou um abaixo-assinado (encabeçado pela presidente da Apeoesp) pela apuração do assassinato do professor Louis Jean Filibert, numa manifestação pelo acesso universal a educação, dia 8 em frente ao Ministério, em Porto Príncipe. Filibert era sindicalista da UNNOH (sindicato nacional dos professores) filiado a CTSP (presente ao último Congresso da CUT).

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