quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Editorial do Jornal "O Trabalho"


Editorial

Conquistar a Independência

Na semana em que se comemora o 7 de setembro, proliferam os discursos sobre a independência do Brasil. A questão é que, 186 anos depois, a conquista da soberania da nação é um caminho a ser trilhado.

Atender os interesses da maioria da nação oprimida, isso é soberania.

Controlar o petróleo, os minérios, as riquezas nacionais para usá-las em benefício do povo brasileiro, isso é uma medida de soberania. Realizar a reforma agrária para acabar com a miséria dos trabalhadores do campo, isso é uma medida de soberania. Utilizar os recursos para garantir o piso nacional dos professores, em vez de alimentar a especulação financeira com o pagamento da impagável dívida, isso é uma medida de soberania.

Parar o pagamento da dívida que sugou o país, só de juros, no primeiro semestre desse ano, 106.803 bilhões de reais, isso é uma medida de soberania. São medidas pelas quais combatem os trabalhadores e jovens do país, como os trabalhadores e jovens dos países vizinhos. São medidas que a maioria do povo exigia, e exige, quando votou para varrer do governo os representantes dos interesses que oprimem a nação.

Países, como a Venezuela, onde o governo Chávez acaba de expropriar um grupo ítalo-argentino para retomar o controle da Sidor, a maior siderúrgica do país, privatizada por governos anteriores; ou o Equador, onde a Assembléia Constituinte aprovou a nacionalização da água. Esses países mostram que a conquista da soberania é possível.

No Brasilas medidas de soberania exigem que governo Lula diga sim ao povo e não a Bush. Não à ocupação do Haiti, sim aos recursos para tirar das drogas e da violência os jovens das periferias, que vivem sem qualquer perspectiva de futuro.

Para fazer valer o Piso Salarial Nacional – lei aprovada no Congresso e sancionada por Lula – contra os governadores do PSDB que querem derrotá-la, os professores preparam uma paralisação nacional em 16 de setembro. É o caminho do confronto com o PSDB do governador Aécio, contra o qual estão em greve os professores mineiros, e não o da boa convivência, como a vergonhosa aliança nas eleições municipais de Belo Horizonte.

Os bancários iniciam sua campanha salarial, podendo ir à greve, caso os banqueiros - que nunca na história desse país lucraram tanto - continuem intransigentes.

Os petroleiros lançam sua campanha salarial em 5 de setembro, incluindo na plataforma a defesa do petróleo. Eles querem a reversão das medidas de FHC, que quebraram o monopólio. Exigem a
suspensão imediata dos leilões dos blocos petrolíferos e estão dispostos a organizar “uma greve nacional, caso seja anunciada mais uma rodada de licitação” (imprensa Federação Única dos Petroleiros, FUP, filiada à CUT).

As eleições municipais no início de outubro ocorrerão em meio à ação de vários setores de trabalhadores que lutam para conquistar suas reivindicações. Para isso, darão o voto ao PT, por um governo do PT que aplique uma política para livrar a nação do jugo imperialista. O que é necessário para a conquista de nossa soberania. Candidatos a vereador pelo partido, em várias cidades do país, se apresentam com esse compromisso.

Chamamos nossos leitores a integrarem essa luta e essas campanhas!

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