terça-feira, 21 de setembro de 2010

Carta Maior/Emir Sader e meu comentário



19/09/2010

Contra os três grandes monopólios: do dinheiro, da terra, da palavra

Três grandes monopólios articulam as estruturas de poder das minorias na nossa sociedade e tem que ser quebrados, para que possamos seguir avançando na construção de uma sociedade econômica, social, política e culturalmente democrática.

O primeiro é o poder do dinheiro, monopolizado nas mãos de algumas instituições financeiras, nacionais e estrangeiras, que se apropriam dele para multiplicar seus lucros especulativos. As altas taxas de juros, o Banco Central independente de fato, contribuem para a manutenção e incremento desse monopólio, ao invés de colocar os recursos financeiros a serviço do desenvolvimento econômico e social de todo o país.

O segundo grande monopólio é o da terra, nas mãos de elites minoritárias que a exploram, por exemplo, sob forma de agronegócios de exportação de soja, com transgênicos, concentrando ainda mais a terra em poucas mãos, deteriorando as condições de cultivo, enquanto outros simplesmente mantém latifúndios improdutivos e uma grande massa de trabalhadores continua sem terra e não temos autosuficiência alimentar. É preciso democratizar o acesso à terra, gerar empregos e alimentos para o mercado interno, o que é feito pela pequena e média empresa.

O terceiro é o monopólio da palavra, exercido pelas famílias proprietárias da velha imprensa, que dirigem empresas sem nenhuma democracia, financiada pelas agências de publicidade e as grandes empresas que colocam anuncio nesses órgãos.

São três grandes monopólios privados, que resistem ao imenso processo de democratização em curso na sociedade brasileira. Esses monopólios têm que ser rompidos, com a democratização do uso dos recursos financeiros, da terra e dos meios de comunicação, para que o Brasil se torne, definitivamente, uma sociedade democrática.
Postado por Emir Sader às 06:25
20/09/2010
Caro Emir caras(os) leitoras (es).
Boa tarde!
Não consigo entender como pessoas bem informadas como nós, não podemos entender um contexto histórico da luta de classes. Não vejo nenhum golpismo, não percebo nenhuma conspiração extra, nenhum alienígena endinheirado, nenhum fazendeiro que extrapola o regime democrático e quer escravizar meia dúzia de sertanejos famintos, aproveitando-se de sua condição social. O problema é querermos "inventar" novas teorias para velhos problemas. O que está diferente é o contexto histórico!
Não obstante, os bancos continuam acumulando dinheiro fictício com suas ações especulativas, continuam "fabricando" papéis sem lastro produtivo algum e mais dias, menos dia, outras bolhas (crises) correrão pelo mundo afora. Cá, entre nós, Lula pagou de fato a dívida externa? Então, prá que Superávit Primário? Se pagou, não há necessidade de colocar todo o povo brasileiro nessa penúria e invista essa grana toda guardada em educação, em saúde pública, reestatize a Vale, mantenha o petróleo do Pré-Sal 100% nacionalizado, nacionalizando 100% a Petrobrás, justa reivindicação da FUP!
Outrossim, o latifundio. Nossa lei é oriunda de 1530, ou seja, as leis das Capitanias Hereditárias. Então, meus caros, nada mudou. Continua como está! Só falta o Lula -e tem que ser nós, do PT, a fazermos isso!- assinar uma MP limitando a terra e revalidando o índice de produção dela, conforme pede o MST. Nada mudou aqui também! Por fim, a imprensa. A sede do PT de Mairinque foi alvo de tiros e de pixação. Qual a imprensa "burguesa" que noticiou? Aonde? Pois é! O problema não está nos bancos , nos latifúndios e na imprensa. O problema está na luta de classes. Está na burguesia, ou não são eles que mantém lobbies no Senado, na Câmara dos Deputados e nos Ministérios. O problema está na aliança mal feita que, ao invés de Lula, como fêz Chaves, Evo, Rafael Correa, procurou o povo e chamou ele a lhe dar sustentação em medidas populares necessárias para melhorar a vida do povo brasileiro, prefere unir-se ao PMDB que tem em seus quadros gente como Sarney -que apoiou a ditadura-, do Hélio Costa que defende a privatização dos Correios, fazendo o PT -eu jamais apoiaria a bandida da latifundiária da Roseane Sarney, no Paraná que nem lembro o nome daquele infeliz, no Rio, nos desfigurando e destruindo o PT- apoiar um "tal" Sérgio que nunca soube de defesa das lutas dos trabalhadoreso, do PR-do Malluf!!- (com dois "ls" mesmo!) e aí, por exemplo, retira o programa de governo da Dilma que fala em reforma agrária com limitação de terra e novo índice de produtividade da terra, 40 horas semanais, Piso Nacional dos Professores, que fala em Petrobrás 100% estatal, em reestatização da Vale, ou seja, no atendimento de parte das reivindicações do povo trabalhador. E pergunto, adiantou? Pelo visto não! Há mais de um mês que vejo a imprensa burguesa (golpista, sempre foi!) noticiando o caso da Erenice, de uma conta de luz, ou seja, contra o PT! Temos que acordar para a vida e percebermos que o PT é um instrumento de luta nosso! Não podemos e não devemos nos aliar a essa bandidagem toda!
Caro Emir. É simples. Isso é luta de classes. Estamos de um lado e "eles" -os banqueiros, os latifundiários, a imprensa, o Hélio Costa, o "tal" Sérgio, a Roseane, o cara do Paraná-, que estão do outro. Prá quem não leu, Karl Marx, Vladimir I. Lenin, Lev Davodovich Bronstein pois eles, sim,  explicam muito, mas muito bem!

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